sábado, 6 de fevereiro de 2010

Desmantelo de dedos ávidos
descompassados enredos
carnavais de solidões enxutas
a casa invadida por serenos
noites adentro das cigarras
das cantigas que sugam os pés das matas
desmantelo de sonhos mórbidos
enluarados segredos
carnavais de exatidões molhadas
dias a dentro das madrugadas
borboletas atrizes
das violetas apredendizes
não sei correr atrás do sonho
não sei correr na frente do sonho
desmantelo-me nesta correria de dedos decepados pelo tempo
minhas palavras guardam-se,fundem-seem livros densos que nem sei,
em livros finos,rasos,pálidos
meus livros meninos famintos
vizinhos afoitos descobrem o outro lado do muro
Alice coitada,finge sempre que não é com ela...
Alice coitada,é vítima das escolhas de ontem....
desmantelo de dedos ávidos
passa que a chuva destrói tudo
leva todos os livrose as vidas que cabiam neles
o rio está levando,o rio está lavando
não sei mais escrever
estou desconectando a cada dez minutos
minha raiz não mora mais embaixo desta casa
minha raiz, criou asas
montou seus balões azuis
desmantelo de esterelidade
minha sabedoria é uma menina incrédula e sozinha
que brina de deseja todoa noite que acaba o dia
sou este desmantelo da cozinha suja
o quarto revirado a sala entulhada
meus cds piratas copiaram minha vida
mas a pior versão ainda é minha.


flô

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