sábado, 6 de fevereiro de 2010





Alice tentava ler seus livros empilhados pela sala e pelo quarto.
tudo estava cada vez mais implodido,e era preciso chorar.
era preciso chorar bem alto,chorar pra fora,fazer os outros chorarem também.
ela sabia bem como magoar os seus amados.
ela repetia sempre os mesmo erros batidos e chumbados
explosão de verso burro,explosão de frases soltas.
pescava novos sentidos no ar,e com o calor que fazia
alice deitava-se nua sobre as rochas de suas dúvidas e clarões mais hesitantes
alice tentava não desaparecer por trás de todos os outros espelhos narcisistas.
ela só comia suas fotos no verão.
alice tentava ler,ana cristina lhe pertubava ainda mais,
livro grosso,dificil depegar,de segurar,de degustarela precisava viajar,
parar de gosar de todo dia no mesmo lugar.
alice precisava transar em outros mares.
e era preciso chorar as mesmas águas que enchem sua bexiga lunática e ambígua
alice teria que se responsabilizar por seus árduos cômodos,
por suas perdidas palavras.entre cogumelos cerejas e batatas
alice desenhava seu centro seu mundo de encantamentos limitados
seu mundo colorido e por vezes embaçado.
alice tentava ler,estava tão difícil enxergar
algo fora os poucos momentos de euforia a aforismos que lhe sabotavam
alice precivava inspirar o seu papel,beijar seus dedos
amá-los e acariciá-los sobre o branco
assim,talvez lágrimas virassem tinta.
assim talvez suas fotos bonitas virassem versos universais.
alice tentava pouco e dormia muito.


Flô

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