segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010



Alice via sexo em tudo.Estava sozinha em sua pequena casa,ainda não era meia noite,ela sabia que os vizinhos do andar de cima estavam fazendo uma suruba,escutava os ruídos,escutava palavrões e gritinhos estridentes.Um grupo de gays mal resolvidos estavam promovendo uma festa de experimentação,ou quem sabe um bom revival.Alice encostava ao mÁXIMO seu ouvido na parede do banheiro,onde dava para se ouvir maiores detalhes sobre o grande evento da putaria.E ainda tinha gente que dizia que na sua rua não havia ninguém sexualmente ativo fora ela.Hhahahahahahah.Agora Alice tinha certeza,seu vizinho enrustido estava soltando aos poucos as plumas desse novo carnaval que se iniciara.Talvez se esses mesmo vizinhos não tapassem o céu de Alice,sua vista para o mar,ela não implicasse tanto.Na vida de Alice tudo era alergia e trauma.Tinha um vizinho em especial que ela tinha vontade de trucidar todos os dias,sua fala de salsicha do Scob Doo era absurdamente insuportáel,fora a fumaça do cigarro na sua janela,e acordar todo dia com a figura falando ao celular bem alto na sua porta, para lice a situação realmente tinha chegado ao limite.E ela,coitada não poderia mesmo fazer nada.A não ser pedir para seu querido cachorro obrar umas obras mais fétidas que de costume.E ele fazia.Ela não limpava o quintal de propósito,aLICE ERA VINGATIVA,quando se tratava de fazer sua justiça.Nada contra os homossexuais,todos eles,mas tudo contra os seus vizinhos.tudo.Alice precisava sair daquele lugar,mas não sabia como e quando.enquanto isso tentava se divertir ouvindo gemidos com sotaque bem forte e gritinhos afoitos e medonhos.HAHAHAHAHAH

fLÔ





Alice tinha alergias de tudo quanto era tipo,mas nunca tinha realmente macado um alergogista.
Acho que no fundo era charmoso ser asmática,fragilidade poder ser interessante,mas passa a ser uma marca registrada de uma hipocondria velada.Alice estava precisando ler,pegava vários livros ao mesmo tempo, não lia absolutamente nada.Nada lhe focava a atenção.Será que além de alérgica ela era hiperativa?o corpo todo explodia numa pulsação calorenta e calórica,um doce seria o destino de um verso,uma fritura poderia comprar uma prosa.Regimes entediavam Alice,que embora gostasse muito das folhas,não suportava mais de uma semana vendo só verde na sua frente,ela optava pelo colorido,ela precisava de poluição visual pela casa.Um dia perguntaram para ela se seu blog era confessional,pergunta densa essa não?
O QUE em nossa realidade pode ser ficção?e o que em nossa ficção pode ser Real?
não ouso colocar ponto onde as reticências afloram mais a minha imaginação.
Equilibro a pele,as reações químicas o paladar...
a casa agora reflete barulhos suspeitos,dos vizinhos que teimam em me descobrir,escondida aqui.Pobres garotos interioranos,não sabem como se acha uma órquidea amarela.
esse texto está ficando chato,monótono e fala de tantas coisas ao mesmo tempo de nada.
Alice tinha disso,era estranha,absurda e exageradamente caótica e romântica.
azar o dela não é mesmo?

Flô

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alice estava em meio a uma tempestade de vazios confusos
tentava expor em linhas frias o que dentro corria quente
atravessando as ventanias mais distantes,ela corria devagar
achava que seu tempo chegaria na hora que fosse sua.
Não tinha o direito de estrupar o senhor tempo,respeitava seu silêncio
e guardava sua dor dentro dos espasmos nervosos que gritavam em suas mãos.
alice não sabia mais como sofrer.
alice não sabia mais como inventar outras formas de transcender
seguia tentando controlar sua respiração apressada e indecisa
as vezes não sabia mesmo se queria respirar.
os cabelos vermelhos perdiam aos poucos a cor e a forma.
logo seus cabelos macios,que desvendavam sempre outro caminho,
logo eles,estavam agora sem movimento.
e sua vaidade arrependida de escutar a sorte ,sorria agora em outras janelas febris.
alice precisava colocar para fora qualquer tipo de história
que falasse um pouco dos seus tijolos amarelos.
quando era dia,alice conseguia dormir um pouco,não tinha hora para comer,
nem para sair,nem para amar.
alice atestava no sexo sua invalidez de sentimentos,
sua liquidação de gemidos ,suas guerras entranhadas nos tímpanos.
alice tinha flores dentro do seu clitoris,flores de espécies raras
flores que necessitavam do toque cotidiano.
a natureza sabia o por quê do nascimento dos pólens em seu ventre
as nuvens também conheciam a poesia que adentrava sua pele.
pele de nuven-mulher,nunvens femininas que libertam o caos de fora.
alice estava certa que precisava sair do cativeiro mor...
o palco,estava ali,o palco queria sua voz,o palco.
e ela dormia,ela continuava a dormir.
talvez só assim vissse de perto o espetáculo que só existia em sua palavra.

Flô




Alice tentava ler seus livros empilhados pela sala e pelo quarto.
tudo estava cada vez mais implodido,e era preciso chorar.
era preciso chorar bem alto,chorar pra fora,fazer os outros chorarem também.
ela sabia bem como magoar os seus amados.
ela repetia sempre os mesmo erros batidos e chumbados
explosão de verso burro,explosão de frases soltas.
pescava novos sentidos no ar,e com o calor que fazia
alice deitava-se nua sobre as rochas de suas dúvidas e clarões mais hesitantes
alice tentava não desaparecer por trás de todos os outros espelhos narcisistas.
ela só comia suas fotos no verão.
alice tentava ler,ana cristina lhe pertubava ainda mais,
livro grosso,dificil depegar,de segurar,de degustarela precisava viajar,
parar de gosar de todo dia no mesmo lugar.
alice precisava transar em outros mares.
e era preciso chorar as mesmas águas que enchem sua bexiga lunática e ambígua
alice teria que se responsabilizar por seus árduos cômodos,
por suas perdidas palavras.entre cogumelos cerejas e batatas
alice desenhava seu centro seu mundo de encantamentos limitados
seu mundo colorido e por vezes embaçado.
alice tentava ler,estava tão difícil enxergar
algo fora os poucos momentos de euforia a aforismos que lhe sabotavam
alice precivava inspirar o seu papel,beijar seus dedos
amá-los e acariciá-los sobre o branco
assim,talvez lágrimas virassem tinta.
assim talvez suas fotos bonitas virassem versos universais.
alice tentava pouco e dormia muito.


Flô
Desmantelo de dedos ávidos
descompassados enredos
carnavais de solidões enxutas
a casa invadida por serenos
noites adentro das cigarras
das cantigas que sugam os pés das matas
desmantelo de sonhos mórbidos
enluarados segredos
carnavais de exatidões molhadas
dias a dentro das madrugadas
borboletas atrizes
das violetas apredendizes
não sei correr atrás do sonho
não sei correr na frente do sonho
desmantelo-me nesta correria de dedos decepados pelo tempo
minhas palavras guardam-se,fundem-seem livros densos que nem sei,
em livros finos,rasos,pálidos
meus livros meninos famintos
vizinhos afoitos descobrem o outro lado do muro
Alice coitada,finge sempre que não é com ela...
Alice coitada,é vítima das escolhas de ontem....
desmantelo de dedos ávidos
passa que a chuva destrói tudo
leva todos os livrose as vidas que cabiam neles
o rio está levando,o rio está lavando
não sei mais escrever
estou desconectando a cada dez minutos
minha raiz não mora mais embaixo desta casa
minha raiz, criou asas
montou seus balões azuis
desmantelo de esterelidade
minha sabedoria é uma menina incrédula e sozinha
que brina de deseja todoa noite que acaba o dia
sou este desmantelo da cozinha suja
o quarto revirado a sala entulhada
meus cds piratas copiaram minha vida
mas a pior versão ainda é minha.


flô