sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alice estava em meio a uma tempestade de vazios confusos
tentava expor em linhas frias o que dentro corria quente
atravessando as ventanias mais distantes,ela corria devagar
achava que seu tempo chegaria na hora que fosse sua.
Não tinha o direito de estrupar o senhor tempo,respeitava seu silêncio
e guardava sua dor dentro dos espasmos nervosos que gritavam em suas mãos.
alice não sabia mais como sofrer.
alice não sabia mais como inventar outras formas de transcender
seguia tentando controlar sua respiração apressada e indecisa
as vezes não sabia mesmo se queria respirar.
os cabelos vermelhos perdiam aos poucos a cor e a forma.
logo seus cabelos macios,que desvendavam sempre outro caminho,
logo eles,estavam agora sem movimento.
e sua vaidade arrependida de escutar a sorte ,sorria agora em outras janelas febris.
alice precisava colocar para fora qualquer tipo de história
que falasse um pouco dos seus tijolos amarelos.
quando era dia,alice conseguia dormir um pouco,não tinha hora para comer,
nem para sair,nem para amar.
alice atestava no sexo sua invalidez de sentimentos,
sua liquidação de gemidos ,suas guerras entranhadas nos tímpanos.
alice tinha flores dentro do seu clitoris,flores de espécies raras
flores que necessitavam do toque cotidiano.
a natureza sabia o por quê do nascimento dos pólens em seu ventre
as nuvens também conheciam a poesia que adentrava sua pele.
pele de nuven-mulher,nunvens femininas que libertam o caos de fora.
alice estava certa que precisava sair do cativeiro mor...
o palco,estava ali,o palco queria sua voz,o palco.
e ela dormia,ela continuava a dormir.
talvez só assim vissse de perto o espetáculo que só existia em sua palavra.

Flô

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